Tema 3

Comunidades e Práticas 

(30 de outubro a 5 de novembro)

A - Propostas de trabalho (TRABALHOS DESENVOLVIDOS):

  1. Refletir em torno do Tema 3, procurando relacionar o potencial pedagógico de diferentes habitats/comunidades (pesquisando ou criando uma imagem associada à dimensão pedagógica com o digital);
  2. Comentar Reflexões de colegas de grupo de formação;
  3. Construir um Mapa Conceptual (em grupo) que relacione as 3 Comunidades apresentadas no Tema 3: Comunidade de Inquirição; Comunidade de Aprendizagem; e Comunidade de Prática. Devem constar: conceitos, proposições e palavras de ligação;
  4. Criar uma entrada no glossário colaborativo: Comunidades - TEMA 3.

B - Reflexão sobre a aprendizagem da semana (REFLEXÃO DA SEMANA)


Créditos da imagem de topo (fonte):

Imagem gerada em Leonardo.ai em 2024-11-09, através da prompt: habitat digital contemporâneo


A - TRABALHOS DESENVOLVIDOS

1. Reflexão sobre a imagem produzida...

A imagem representa o modelo de autoaprendizagem mediado pelas tecnologias e permitindo a interligação e a hiperligação entre as diferentes aprendizagens ao longo da vida. Os termos cunhados pelos autores disponibilizados nas referências da presente semana, que vão desde as comunidades de inquirição, aprendizagem e prática, tentam suportar e analisar as necessidades formativas, holísticas e em clima de evolução acelerada, do modelo contemporâneo de sociedade, com o recurso às tecnologias. As vantagens em termos de formação, criando orientações claras para a formação dos discentes, sevem propósitos claros de preparação dos docentes para o trabalho formativo. Mas com o fortalecimento do acesso às tecnologias, possibilitando a aproximação virtual das comunidades educativas – que teve o efeito nefasto do distanciamento das pessoas, ainda que próximas fisicamente (modelo particularmente útil em tempos de pandemia) – pressupõem um modelo que permita voltar a conectar a sociedade, numa perspetiva mais "vigostkiana", assistida por modelos de e-learning 2.0. u modelos ainda a desenvolver, que combinem a significância do conteúdo, e a sua importância para a formação integral dos alunos, aos seus interesses e curiosidade.

Com a interdisciplinaridade inclusiva proposta pelos modelos formativos da legislação atualmente disponível em Portugal, entenda-se os Decreto-Lei n.º 55 e 54, respetivamente, e enquadrados pela Portaria n.º 306, existe uma necessidade da transformação do modelo docente para acomodar estas perspetivas de inovação pedagógica na perspetiva estratégica das organizações escolares e no trabalho de preparação da adaptação da prática docente – de um modelo mais orientador/diretivo para um modelo mais orientador/facilitador.

Créditos da imagem (fonte):

Imagem gerada com DALL·E 3 em 2024-11-04, através da prompt: imagem que mostre alunos interagirem mediados por tecnologia e a olharem para pastas de computadores com os temas de formação a interligarem-se autonomamente para criarem novas pastas com novos nomes que conjugam as diferentes disciplinas.

Bibliografia:

Decreto-Lei n.º 54/2018, de 6 de julho da Presidência do Conselho de Ministros. Diário da República n.º 129/2018, Série I de 2018-07-06, 2918–2928. https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/decreto-lei/54-2018-115652961

Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho da Presidência do Conselho de Ministros. Diário da República n.º 129/2018, Série I de 2018-07-06, 2928–2943. https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/decreto-lei/55-2018-115652962

Portaria n.º 306/2021, de 17 de dezembro da Secretaria de Estado da Educação. Diário da República n.º 243/2021, Série I de 2021-12-17, 216–223. https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/portaria/306-2021-176075692

2. Comentário sobre reflexões dos colegas de formação...

Reflexão comentada (Lidia Susana Machado da Silva Cardador - sexta-feira, 1 de novembro de 2024)

"Mudanças significativas têm ocorrido nos diferentes setores da sociedade da atualidade. As transformações sociais, econômicas, ambientais, tecnológicas e culturais, revelam que o acesso e a apropriação do conhecimento são cada vez mais relevantes para a atuação profissional, pois a estagnação não tem mais espaço em nenhuma área. Verificamos que "saímos de uma sociedade da informação para uma sociedade do conhecimento" na medida em que os progressos das tecnologias digitais de informação e comunicação fluem com muita rapidez (Borges, 2007, p.74, citado por Losso & Borges, 2019).

Ao considerarmos o conhecimento e a informação como os principais recursos dos novos sistemas económicos, verificamos que as novas qualificações promovem impacto não só nos modelos e diretrizes educacionais, mas também nas estratégias de capacitação adotadas pelas empresas, que perante um cenário competitivo pretendem investir no desenvolvimento e aprendizagem das pessoas, pois só assim obtêm vantagem competitiva, de inovação e produtividade (Sousa & Souza, 2019). Neste sentido, para manterem o sucesso, as organizações incorporam a economia do conhecimento às suas práticas, e assim, enfrentam a nova realidade através da valorização do capital humano, na medida em que o foco organizacional passa a ser o desenvolvimento e formação de competências dos seus colaboradores (Drucker, 1999, citado por Borges, 2007, p.74, citado por Losso & Borges, 2019). Assim, a educação torna-se um fator estratégico nas organizações, na medida em que capacita os seus profissionais através das ofertas educativas que proporcionam, como os cursos de formação ou aperfeiçoamento nas próprias organizações, para tornar as empresas mais competitivas no mercado de trabalho, através da educação a distância, que utiliza as tecnologias digitais, nomeadamente em ambientes virtuais de aprendizagem, para a formação e capacitação de sujeitos (Losso & Borges, 2019).

Desta forma, através do uso de comunidades de prática (CoPs), as organizações promovem a aprendizagem e o desenvolvimento dos seus trabalhadores. Este é um tipo de iniciativa que permite resultados nas organizações e nos seus trabalhadores, pois no seu meio profissional constroem conhecimentos através da interação com os seus pares. O conceito CoPs é compreendido como, um grupo de pessoas que partilham interesses e experiências a partir de um domínio comum e que procuram aprender e resolver problemas relacionados com esse domínio através de interações e trocas (Wenger, 2006, citado por Sousa & Souza, 2019). Assim, o impacto do conhecimento enquanto um "processo social entre indivíduos e não confinado dentre de um indivíduo" pode elevar a sua transmissão do conhecimento individual para o conhecimento de grupo, o conhecimento do grupo para a organização, e o conhecimento organizacional para o interorganizacional, como o último nível que extrapola os limites da organização, a sociedade (Nonaka & Takeuchi, 1997, citados por Sousa & Souza, 2019)"

Comentário:

Concordo com a perspectiva da importância para o desenvolvimento dos colaboradores das organizações baseado numa perspectiva de prática e com a integração de modelos compreensivos modelados pela instrução, contudo penso que estes modelos devem também possibilitar um desenvolvimento pessoal mais holístico, permitindo que a sociedade em formação tenha em consideração também as necessidades evolutivas dos modelos de trabalho contemporâneo, possibilitando o pensamento critico e não apenas reprodutivo do conhecimento, passando de modelos mais centrados na partilha de informação para modelos baseados na construção de conhecimento. 

Reflexão comentada (Cátia Aires - segunda-feira, 4 de novembro de 2024 )

"Segundo Aresta et al. (2019), "a aprendizagem está na base do processo educacional, e requisitos como participação consciente, reconhecimento da experiência do outro e aproveitamento das potencialidades e das individualidades das pessoas são cada vez mais necessários", já Vygotsky (1998), diz-nos que "aprender colaborativamente consiste em um processo complexo de atividades sociais que é impulsionado por interações mediadas por várias relações".

A tecnologia e a Web 2.0 têm proporcionado a união desses ambientes, completando os espaços de aprendizagem funcionais e cada vez mais ricos, na qual docentes e estudantes reconduzem, distribuem e restabelecem conteúdos, nas diversas características: democráticos e centrados no discente/docente/tutor; ricos em recursos textuais e multimédia (por exemplo, animações); utilizam a comunicação multi-sensitiva; representam uma matriz de diálogo e não de arquivo de monólogos; permitem a extinção do receptor passivo e viabiliza o consumo de criação de conteúdos dinâmicos com a participação de todos.

Do ponto de vista de Brown, "a Web 2.0, tem potencial para mudar radicalmente a natureza do ensino e da aprendizagem, através da criação de redes controladas", a ideia dos PLES, surgem em 2001, que embora existam aspectos consensuais em torno da noção dos PLEs, nele proponham segundo Severance et al., (2008), " a integração dos contextos instucionais de aprendizagem com um modelo peer-to-peer que se centrasse na aprendizagem pessoal e ao longo da vida", representando a operacionalização nestas áreas principais do E-Learning 2.0, do poder de autonomia do utilizador, da abertura, da parceria e partilha da aprendizagem permanente ao longo da vida, numa diversidade de enfoques e perspectivas única de definição estável.

Já para Stephen Brown (2008), a Web 2.0 parece propiciar uma infra-estruturas (…) que devia apoiar a aprendizagem em quatro tipos de objectivos: O acesso a objectos educacionais; o intercâmbio de competências; o encontro entre pares e o acesso a educadores profissionais, mas na perspectiva de George Siemens (2008)," os PLEs, devem a sua existência ao desenvolvimento de tecnologias que se centram na interação social e na elaboração", que na perspectiva de Mark van Harmelen (2006, citado em mota 2009), identifica-mos três noções: a oferta de interface padrão no E-Learning e Instituições (portfólio); resposta às abordagens pedagógicas sob controlo dos estudantes e as necessidades de preferência, como usuário individual, oferecendo uma diversificada oferta de recursos, assim como o acesso a todos envolvidos de VLEs e outros PLEs."

Comentário:

Com a criação de modelos orientados e enquadrados pela tecnologia, a educação tem aqui uma responsabilidade acrescida pelo eliminar de barreiras funcionais.
As dificuldades atualmente sentidas pelos docentes, ao agregarem grandes grupos de discentes na sua "alçada formativa", pode/deve ser esbatida pelo recurso facilitador das tecnologias: maior individualização do percurso formativo, da criação de conteúdos formativos e possibilidade de automatização de estratégias de feedback deverão integrar os modelos de trabalho dos docentes num futuro próximo, passando a relevância na sala de aula – presencial ou remota – de um papel instrutivo para um papel mais de orientador, facilitador e/ou desafiador, passando a promoção e responsabilidade da aprendizagem para o discente. 

3. Mapa Conceptual (de grupo) subordinado ao tema: Comunidades

Aceda ao trabalho de grupo disponível clicando aqui.

4. Glossário Colaborativo: Comunidades (entrada: "E")

E-learning 2.0

por Miguel Garcia Domingos - terça-feira, 5 de novembro de 2024

De acordo com a Wikipédia, o "e-learning (do inglês electronic learning, "aprendizagem eletrônica") ou ensino eletrónico (…) corresponde a um modelo de ensino não presencial apoiado em Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC)".

Suportado neste modelo, e com o input do Conectivismo, cunhado por George Siemens em 2004, Downes associa as características únicas da Web 2.0, segundo Fino, Z. (2024) "uma plataforma que permite aos utilizadores criar, colaborar e partilhar conteúdos de forma dinâmica", a um modelo onde a autonomia e controlo do aprendente seria total.

Numa época de nativos digitais (Prenky, 2001), todas as interações com o ambiente comunicacional online e os media constituem oportunidades de aprendizagem, mais imediata e imersiva, transformando os aprendentes de meros consumidores de informação em construtores de conhecimento.

O espaço formativo também move o seu centro de responsabilidade do docente para o aprendente, respondendo às suas características e expetativas individualizando-as a autonomizando a responsabilidade do aprendente, quase numa perspectiva mercantilista de consumidor final – permitindo um ambiente pessoal de aprendizagem.


Créditos da imagem (fonte):

Imagem gerada com DALL·E 3 em 2024-11-05, através da prompt: e-learning 2.0 como um espaço de aprendizagem relacional, onde os papéis de docente e aluno se fundem em uma interação colaborativa.


Bibliografia:

Fino, Z. (2024). Glossário colaborativo: comunidades – Tema 3, Entrada "W". Módulo 1 - Habitats Digitais: Potencial Pedagógico 24–25. Acedido a 5 de novembro. 2024, a partir de: https://elearning.isce.iscedouro.pt/mod/glossary/view.php?id=128393&mode=letter&hook=W&sortkey=&sortorder=

Mota, J. (2009). Da WEB 2.0 ao e-learning 2.0: aprender na rede [Dissertação de mestrado não publicada]. Universidade Aberta.

Wikipédia (s.d.). E-Learning. Acedido a 5 de novembro, 2024, a partir de: https://pt.wikipedia.org/wiki/E-learning

Palavras-chave:

  • E-Learning
  • Conhecimento
  • Personalização
  • Autonomia

Recursos Pedagógicos do Tema 3:

A Aprendizagem Colaborativa

A importância da comunidade de aprendizagem

O Modelo da Comunidade de Inquirição

Educação a distância na perspectiva do modelo de Comunidade de Inquirição – CoI

Aprendizagem e Comunidades de Prática



B - REFLEXÃO DA SEMANA

Durante esta etapa do estudo, aprofundamos o entendimento sobre as comunidades de Inquirição, Aprendizagem e Prática, e como elas são essenciais para a construção de conhecimento em um contexto educativo digital. Essas comunidades atuam como espaços colaborativos, onde docentes e discentes assumem papeis ativos na investigação, na aprendizagem e na aplicação de conhecimentos, proporcionando um ambiente onde o saber é continuamente desenvolvido e compartilhado.

As comunidades de Inquirição estimulam a curiosidade e o questionamento, incentivando os participantes a explorar e formular hipóteses sobre temas específicos e com uma orientação muito presente do docente. Já as comunidades de Aprendizagem promovem a troca de conhecimentos entre pares, reforçando aprendizagens colaborativas e desenvolvimento de competências pelas interações promovidas. As comunidades de Prática, por sua vez, centram-se na aplicação prática do conhecimento, permitindo que os membros desenvolvam competências que possam ser aplicadas em contextos reais.

A integração do digital na educação, que se intensificou com a transformação para a sociedade do conhecimento, requer uma reconfiguração do papel do professor. Na sociedade industrial, o professor era visto como o principal transmissor do conhecimento, enquanto hoje ele deverá posicionar-se como mediador e facilitador de processos de construção conjunta de saberes. Com a evolução do digital, professores e alunos passam a compartilhar o papel de produtores de conhecimento, ampliando o sentido de protagonismo e de autonomia na aprendizagem. Esse novo papel é central, pois, numa sociedade do conhecimento, cada ator do processo educativo contribui de maneira única para o desenvolvimento do saber coletivo, o que só é possível quando o ambiente digital permite que todos colaborem, inovem e partilhem conhecimentos.

A Web 2.0 tem um papel fundamental nesse processo, pois fornece ferramentas interativas que facilitam a colaboração e o compartilhamento de conteúdos. Plataformas como blogs, fóruns, redes sociais e wikis tornaram-se fundamentais para viabilizar a criação de redes de conhecimento e para apoiar a educação num ambiente digital. Com esses recursos, os alunos não se limitam ao papel de consumidores de informação, mas também colaboram na sua produção – transformando-a em conhecimento partilhado – desenvolvendo competências críticas e criativas.

Em suma, o percurso individual de cada aluno beneficia das possibilidades de personalização proporcionadas pelas tecnologias digitais. O professor, como mediador, pode usar recursos digitais para identificar as necessidades e os interesses de cada estudante, orientando o aprendizado de forma personalizada. Esse acompanhamento permite que o processo de aprendizagem seja mais significativo e relevante na ótica do aluno, pois atende às necessidades específicas de cada um, respeitando seu ritmo e facilitando o desenvolvimento de um percurso de conhecimento próprio e contextualizado. A mediação tecnológica possibilita, assim, que a aprendizagem seja contínua, colaborativa e alinhada com o perfil de cada estudante, e também com o preconizado no Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória, contribuindo para uma formação integral e adaptada aos desafios da sociedade atual.

Essa reflexão sobre as comunidades de inquirição, aprendizagem e prática destaca o poder transformador do digital na educação e a importância de um ensino que valoriza a construção coletiva do conhecimento, onde docentes e discentes desempenham papeis complementares e interdependentes.

Miguel Garcia Domingos - reflexão realizada a 9 de novembro.

Atualização publicada a 11 de novembro

Ana Silvestre; Miguel Domingos; Suzana Vicente; Zulmira Fino
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