Referenciais enquadradores da Dimensão Pedagógica 

(23 a 29 de outubro)

A - Propostas de trabalho (TRABALHOS DESENVOLVIDOS):

  1. Refletir em torno do Tema 2 com particular atenção aos principais referenciais enquadradores da dimensão pedagógica (pesquisando ou criando uma imagem associada à dimensão pedagógica com o digital).
  2. Comentar Reflexões de colegas de grupo de formação.
  3. Trabalho reflexivo (de grupo) subordinado ao tema: DESAFIOS DAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO (visualizando um breve vídeo, encarando-o como inspiração para refletir sobre a importância da Tecnologia na Educação. Deve ser evidenciado: i) três desafios atuais das Tecnologias na Educação e ii) medidas que podem ser tomadas para ultrapassar esses mesmos desafios.

  4. Criar uma entrada no glossário colaborativo: Kits de Aprendizagem.

B - Reflexão sobre a aprendizagem da semana (REFLEXÃO DA SEMANA)


Créditos da imagem de topo (fonte):

Imagem gerada em Leonardo.ai em 2024-11-09, através da prompt: habitat digital contemporâneo


A - TRABALHOS DESENVOLVIDOS

1. Reflexão sobre a imagem produzida...

Miguel Garcia Domingos - domingo, 27 de outubro de 2024
Miguel Garcia Domingos - domingo, 27 de outubro de 2024

Na intersecção criada por um mundo em constante evolução e rutura de paradigmas com um sistema educativo que tenta resistir às investidas tecnológicas na área da educação, as tecnologias devem ser encaradas como um meio, uma ferramenta e uma janela para o mundo.

Nesta sociedade de informação, onde os receios da desinformação constrangem a população mais esclarecida, ao passo que expõem a população mais vulnerável, é importante que o espaço seguro que a escola proporciona seja uma oportunidade para as nossas crianças e jovens se apaixonarem pela descoberta, admirarem a criação e ajudarem a criar um admirável mundo novo, rompendo paradigmas e expetativas mais negativas como a de Aldous Huxley, ou até de George Orwell.

Para tal, recorrendo à investigação já existente e às disponibilidades que se nos apresentam nos projetos nacionais e comunitários de desenvolvimento da literacia digital, enquanto educadores, não podemos escudar-nos da oportunidade de criar um país e contribuir para uma União Europeia mais ecológica, mais digital e mais resiliente, integrando pressupostos de Autonomia e Flexibilidade Curricular (Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho da Presidência do Conselho de Ministros, 2018) no desenvolvimento do PASEO – Perfil dos alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória. A interdisciplinaridade surge assim como uma obrigação de desenvolvimento, onde os recursos digitais assumem o seu papel central e transversal.

Créditos da imagem (fonte):

Imagem gerada com DALL·E 3 em 2024-10-27, através da prompt: tablet que representa uma janela digital para outro mundo. Ele exibe uma paisagem mágica e vibrante, como se fosse um portal para um novo universo.

2. Comentário sobre reflexões dos colegas de formação...

Reflexão comentada (Cátia Aires - segunda-feira, 21 de outubro de 2024)

"No âmbito do tema Dimensão Pedagógica com o digital, e partindo da premissa que o mundo está em constante mudança e que esta desafia também o mundo da educação, a imagem que selecionei foi uma imagem representativa do que acredito ser um ambiente educativo de futuro. Uma sala de aula futurista e tecnológica em que os alunos já utilizam a recursos tecnológicos como metodologia de aprendizagem, indo ao encontro do que é expectável, como referido no documento Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória, pretende-se "organizar o ensino prevendo a utilização crítica de fontes de informação diversas e das tecnologias da informação e comunicação" (p.31), uma vez que o conhecimento científico e tecnológico de desenvolve a um ritmo frenético e que atrai a atenção dos jovens e que, certamente será o futuro, que se encontra representado na imagem pela figura no mundo no centro da sala de aula.

Contrastando, meu ver, com a posição do Docente, que nos remete para uma figura mais tradicionalista, quando observa que atrás deste não se encontra um quadro tecnológico, mas sim uma ardósia escrita a giz, e que nos leva a reforçar a necessidade emergente de um forte investimento na profissionalização, desenvolvimento e incentivo na utilização das das competências digitais de todos os Docentes para que deste modo, estas competências sejam utilizadas com confiança em contexto de ensino e "ao serviço de uma educação de elevada qualidade". A par do desenvolvimento do Docente, a capacitação digital dos estabelecimentos escolares terá de acompanhar este passo evolutivo da educação."

Comentário:

Concordando genericamente com a perspectiva da Mónica, atrevo-me adicionar que o papel do docente deverá passar de um "retransmissor" de informação e conhecimento, para um mediador da aprendizagem e facilitador da descoberta - quase um mentor do percurso formativo dos alunos.

A experiência, o erro e toda a iteratividade criada no processo pode ser mediada pelas tecnologias, com o apoio do docente, facilitando recursos de investigação, mas não deixando o aluno saltar etapas de aprendizagem e trabalho que enriquecerão a sua formação e gosto pela aprendizagem ao longo da sua vida.

Este processo envolverá capacitação e disponibilidade docente para emergir na tecnologia e para transformar a sua forma de trabalho de um modelo instrutivo para um modelo negocial, fomentando a autodescoberta, a resiliência e o trabalho de projeto e investigação nos alunos.

Reflexão comentada (VITOR MANUEL MACHADO DAVID - sábado, 26 de outubro de 2024)  

"A dimensão pedagógica no contexto digital está a revolucionar a educação ao integrar novas tecnologias que permitem métodos de ensino mais inclusivos, personalizados e interativos. Com o avanço das ferramentas digitais, o processo de aprendizagem passa a ser adaptável às necessidades individuais de cada aluno, tornando o ensino mais eficaz e dinâmico. Plataformas digitais, inteligência artificial e aprendizagem adaptativa possibilitam um acompanhamento contínuo do progresso dos estudantes, promovendo um ambiente em que todos podem aprender ao seu ritmo. A personalização do ensino, viabilizada pelo digital, não só respeita as diferentes formas de aprendizagem, mas também contribui para a inclusão de estudantes com diversas necessidades (Pimentel, 2019).

O digital também promove uma aprendizagem mais colaborativa. Ferramentas como fóruns e documentos partilhados incentivam os alunos a trabalharem em equipa, desenvolvendo competências sociais e de comunicação. Assim, o ambiente educativo torna-se um espaço de construção coletiva de conhecimento, que se adapta facilmente a contextos presenciais, híbridos ou remotos, respondendo aos desafios do século XXI. Além disso, a aquisição de competências tecnológicas prepara os estudantes para um mercado de trabalho cada vez mais digitalizado e globalizado (Moran, 2015).

Por outro lado, esta transformação exige que os professores assumam o papel de facilitadores e orientadores, integrando tecnologias de forma crítica e estratégica. A formação contínua dos educadores é essencial para que possam explorar o potencial pedagógico das ferramentas digitais, assegurando que o seu uso não se torne apenas um fim em si mesmo, mas sim um meio para uma educação mais completa e significativa. A dimensão pedagógica com o digital, portanto, redefine o futuro da educação ao promover um ensino flexível, inclusivo e centrado no aluno, pronto para os desafios da sociedade contemporânea (Teixeira & Mota, 2020)."

Comentário:

A educação centrada no aluno pressupõe um conjunto de ferramentas, capacidades e interações que um docente, que seja "coordenador" de um grupo de alunos não conseguirá desenvolver sem o apoio de tecnologia e da comunidade educativa.
Concordando com este paradigma que o Vitor desenvolveu, aproveito para enquadrar o conceito da OCDE do Learning Compass (OCDE, 2019), que, inspirado no Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatório, coloca o aluno e a sua dinâmica/ação (agency) no centro da aprendizagem, colocando as ferramentas de produção, transformação, responsabilidade e empatia (numa interpretação literalmente simplista) no caminho da descoberta e da inovação pedagógica - numa sociedade mediada, ou não, pela tecnologia. Estes paradigmas corresponderão, em termos futuros, a uma capacitação digital docente, mas também da sociedade, para melhor compreenderem e assimilarem as diferenças de relevância daí provenientes...
Bibliografia:
OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico. (2019). FUTURE OF EDUCATION AND SKILLS 2030: OECD LEARNING COMPASS 2030. https://www.oecd.org/content/dam/oecd/en/about/projects/edu/education-2040/1-1-learning-compass/OECD_Learning_Compass_2030_Concept_Note_Series.pdf

3. Trabalho reflexivo (de grupo) subordinado ao tema: Desafios das Tecnologias na Educação

Aceda ao trabalho de grupo disponível clicando aqui.


4. Glossário Colaborativo: Kits de Aprendizagem (entrada: "F")

FCT - Fundação para a Ciência e Tecnologia

por Miguel Garcia Domingos - domingo, 27 de outubro de 2024

"A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) é a agência pública nacional de apoio à investigação em ciência, tecnologia e inovação em todas as áreas do conhecimento. É um instituto público de regime especial sob tutela e superintendência do Ministério da Educação, Ciência e Inovação."(FCT, 2024)

É o organismo agregador das estratégias de investigação e inovação em tecnologia a nível nacional e tem três áreas principais de atuação:

. Serviços digitais: colocando tecnologia ao serviço do Conhecimento (e da comunidade de estudantes, professores e investigadores), proporcionando ferramentas de colaboração, conhecimento, computação, conectividade e segurança;

. Arquivo, Documentação e Informação: com funções de gestão, desenvolvimento e implementação de meios e mecanismos de gestão documental e de arquivo, agregando o Arquivo de Ciência e Tecnologia (ACT), a Biblioteca de Ciência e Tecnologia, o INDEXAR – Diretório de Repositórios Digitais, o SciELO – Biblioteca digital online e a Latindex – Rede de divulgação de publicações científicas; e

. Acesso a dados estatísticos para fins científicos – Protocolo INE/DGEEC/FCT: mediante a credenciação dos investigadores, permite o acesso, para fins científicos, a dados estatísticos individuais anonimizados.

Assume um papel relevante no eixo que considero mais relevante, quer para a academia, quer para a docência em geral, pois a (FCT, 2024) "Investigação e Inovação" trata da "capacitação e generalização a toda a população e a todo o território do acesso às tecnologias digitais, para obtenção de informação, para comunicação e para acesso e utilização de serviços públicos e privados digitais."

Aproveitei para destacar esta organização pois tem liderado, organizado e fomentado todas as necessidades investigativas nacionais, para além de suportar a investigação e ser elemento de validação da qualidade da informação disponibilizada desde investigadores até utilizadores individuais, contribuindo para a formação global da comunidade portuguesa, bem como para orientar os esforços de atualização de docentes e discentes na comunidade falante portuguesa.


Bibliografia:

FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia (s.d.). Sobre a Fundação. Acedida em 25 de outubro de 2024, a partir de https://www.fct.pt/sobre/a-fct

Palavras-chave:
  • Computação
  • Investigação
  • Internet

Recursos Pedagógicos do Tema 2:

Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PASEO)

Plano de Ação para a Educação Digital (2021-2027)

Iniciativa Portugal INCoDe.2030

Quadro Europeu de Competência Digital para Educadores (DigCompEdu)

Capacitação Digital das Escolas



B - REFLEXÃO DA SEMANA

Refletir sobre os referenciais enquadradores da dimensão pedagógica, especialmente no contexto da digitalização na educação, conduz-nos a uma análise ampla da estratégia digital nas suas mais diversas vertentes e níveis de aplicação. A estratégia digital – não homogénea nem contemporizada de igual modo – assume diversas formas e está intrinsecamente dependente do contexto e das finalidades para as quais é concebida.

No setor público, a estratégia digital orienta-se frequentemente pela inclusão digital e pelo fortalecimento de uma educação acessível e de qualidade para todos. Em muitas nações, onde Portugal não é exceção, a criação de infraestruturas tecnológicas e de políticas que promovam a alfabetização digital é fundamental para possibilitar o acesso e garantir equidade no uso das tecnologias. Na esfera privada, por outro lado, o foco tende a ser mais competitivo, visando inovações que ofereçam soluções avançadas para a educação personalizada, usando dados e inteligência artificial para adaptar o aprendizado às necessidades do aluno, o que beneficia tanto as empresas quanto as instituições de ensino que contratam esses serviços.

A dimensão digital na educação também varia conforme o nível de aplicação. Instituições acadêmicas, por exemplo, utilizam estratégias digitais para impulsionar a inovação pedagógica e a pesquisa, fortalecendo a educação baseada em dados e promovendo o uso de plataformas de ensino e redes de colaboração académica. Em empresas e na administração pública, a digitalização é usada tanto para capacitar trabalhadores como para tornar processos internos mais eficientes, proporcionando um desenvolvimento contínuo das habilidades dos colaboradores.

No contexto internacional, o desenvolvimento de estratégias digitais revela diferenças marcantes, pois a infraestrutura tecnológica e a capacidade de investimento de cada país influenciam o tipo de estratégia adotada. Países com recursos tecnológicos avançados frequentemente priorizam a inovação digital e o desenvolvimento de novas tecnologias educacionais, enquanto aqueles com menos recursos se concentram na inclusão digital e no acesso básico às ferramentas digitais – processo que foi iniciado em Portugal ainda no período pré-pandemia, com a introdução do Plano Tecnológico. Essas diferenças afetam diretamente como cada nação interpreta e implementa a estratégia digital na educação, e a compreensão dessas particularidades é fundamental para a construção de políticas globais de colaboração e compartilhamento de boas práticas.

Essa reflexão sobre as várias dimensões da estratégia digital auxiliou-me a destacar a importância de considerar a diversidade de interpretações e implementações conforme o contexto. Reforçou a necessidade de um olhar crítico para adaptar as melhores práticas ao ambiente específico, promovendo uma educação digitalmente mediada que seja acessível, eficaz e alinhada às necessidades da sociedade moderna, permitindo simultaneamente um conhecimento mais alargado sobre os planos e estratégias nacionais e comunitárias que decorrem nestas dimensões.

Miguel Garcia Domingos - reflexão realizada a 5 de novembro.

Atualização publicada a 11 de novembro

Ana Silvestre; Miguel Domingos; Suzana Vicente; Zulmira Fino
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