REFLEXÃO FINAL

Durante estas quatro semanas de trabalho intenso e profícuo na Unidade Curricular, tivemos a oportunidade de participar de um intenso processo de revisão literária e produção reflexiva, que nos levou a uma compreensão aprofundada sobre o ensino remoto e suas tipologias.

Logo na primeira semana, explorámos as diferenças entre ensino remoto planeado e ensino emergencial, este último uma alternativa rápida e não planejada que muitos educadores adotaram durante a pandemia. O aprofundamento destes conceitos revelou a complexidade das adaptações necessárias num contexto de crise, além de enfatizar a importância de planear e adaptar metodologias de ensino para as circunstâncias emergenciais – desnudando a dificuldade de promover práticas de trabalho remoto sem conhecimentos pedagógicos adaptados.

Ao longo das semanas, foram disponibilizados diversos recursos que incluíam textos e acessos a estratégias digitais, nacionais e internacionais, voltadas para o ensino mediado por tecnologias da Web 2.0. Esses materiais foram fundamentais para compreendermos a conceitos sobre o ensino remoto e a estratégia nacional, bem como a forma como Portugal e diferentes países e instituições têm implementado soluções digitais no desenvolvimento de processos, desde a academia às estratégias públicas e privadas (mediadas em Portugal pela FCT), além de permitir o contato com metodologias e ferramentas que ampliam as possibilidades do ensino remoto e híbrido. Essa abordagem trouxe uma nova visão crítica sobre a diversidade de acessos e competências digitais, ressaltando a necessidade de estratégias inclusivas e adaptadas às realidades locais.

A metodologia adotada na Unidade Curricular para nos permitir este conhecimento reflexivo baseou-se no lançamento de desafios reflexivos e na promoção de trabalho colaborativo. Esse modelo, estruturado por atividades individuais e de grupo, ofereceu uma sólida base para a construção coletiva de conhecimento. Explorámos a evolução digital na educação, as tipologias de trabalho remoto, além de refletirmos sobre comunidades de inquirição, aprendizagem e prática. A mediação digital foi elemento essencial, permitindo que nos envolvêssemos em debates e partilhas de perspetivas enriquecedoras da nossa compreensão sobre o tema e possibilitando uma construção conjunta de conhecimento.

As propostas de tarefas, que nos foram apresentadas gradualmente, semana a semana, incentivou a troca de ideias com o grupo, a cada atividade. As reflexões sobre as opiniões dos colegas trouxeram novas formas de abordagem e aprendizagem, especialmente quando trabalhámos em pequenos grupos e criámos um e-portfolio na plataforma WebNode. Esse portfólio serviu como um registo prático e organizado do conhecimento produzido, um espaço para documentar a nossa evolução e consolidar as aprendizagens adquiridas.

Também neste, como em todos os desafios que abraçámos, o papel do docente foi fundamental enquanto orientador e facilitador, trazendo temas relevantes e tarefas instigantes, ajustadas ao tempo disponível para estudo fora das atividades profissionais de cada e nós.

A atualidade e profundidade dos temas propostos pelo professor Ricardo Oliveira exigiram reflexão crítica sobre o papel do professor e a sua adaptação ao contexto digital temporizados compassadamente, mas acompanhados com uma presença guia que nos permitiu ultrapassar com facilidade todas as adversidades encontradas.

Entre as atividades propostas, a que mais me agradou foi a realização de um mapa mental sobre as comunidades de inquirição, aprendizagem e prática mediadas por tecnologias. Essa tarefa permitiu-me conceptualizar e reconstituir pré-conceitos sobre a adaptação tecnológica no contexto educativo e pensar em possíveis evoluções dos modelos instrutivos, promovendo uma transição de abordagens tradicionais para métodos que enfatizam a construção compartilhada de conhecimento entre alunos e professores.

Esta partilha levou-me também a perspetivar uma evolução na educação que coloque o percurso personalizado e individualizado da aprendizagem no topo do papel do docente, reorganizando o seu contributo educativo de mero instrutor para orientador/facilitador de aprendizagens e experiências educativas deveras enriquecedoras – papel que a dimensão dos grupos de alunos apenas permite com a mediação tecnológica e a rentabilização da inteligência artificial no ensino.

Como sugestão de melhoria, creio ser benéfico expandir o tempo dedicado à presente Unidade Curricular para permitir um maior aprofundamento dos temas e, talvez, permitir a alternância entre grupos ao longo do curso, alargando o grupo de partilha proximal. Essa mudança facilitaria a interação com diferentes colegas, possibilitando uma troca mais rica e diversificada de experiências e pontos de vista, que contribuiriam para uma formação mais ampla e integradora.

Em jeito de conclusão, creio que saio mais enriquecido e conhecedor dos conceitos partilhados nesta UC, e com a forte convicção que o investimento de tempo na realização das tarefas e trabalhos propostos foi largamente correspondido pelos ganhos nas aprendizagens realizadas.

Bem hajam todos os meus colegas de grupo, de formação e o docente por esta melhoria nos meus conhecimentos e perspetivas sobre o potencial pedagógico dos habitats digitais! 


Créditos da imagem (fonte):

Imagem gerada com DALL·E 3 em 2024-10-27, através da prompt: elementos essenciais de ambientes digitais interconectados, com símbolos de aprendizagem e tecnologia que reforçam o tema educativo e o potencial dos habitats digitais.

Ana Silvestre; Miguel Domingos; Suzana Vicente; Zulmira Fino
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